Rádio Harpa cristã

13 de junho de 2012

O livro de Jó



Neste livro tem o nome do próprio personagem que nos relata a sua história. Contém uma narrativa de singular piedade sobre os sofrimentos e o restabelecimento do patriarca Jó, que viveu na terra de Uz. Há quem julgue que a "terra de Uz" era situada na Iduméia; outros, na Mesopotâmia. 
A suposição mais provável é que estivesse na Arábia Deserta, entre a Iduméia, Palestina e o Eufrates. Alguns autores julgam que Jó é o mesmo Jobabe de que fala Gênesis 36.33. Parece, todavia, que as identidades dessas duas pessoas são totalmente distintas, e que apenas têm por fundamento a semelhança dos nomes. Todavia essa suposição impressionou tanto os Setenta que a fixaram num apêndice que juntaram ao livro. A opinião mais provável é que Jó viveu pouco mais ou pouco menos no tempo de Abraão, ou entre o tempo deste e de Moisés. Quanto ao autor do livro, devemos reconhecer que realmente não sabemos quem foi. Alguns atribuem sua autoria ao próprio Jó; outros a Eliú, a Moisés ou a algum escritor desconhecido que viveu no tempo de Davi ou depois dele. 

Convém notar que a antigüidade do assunto de modo algum assegura a antiguidade do livro. A questão mais importante que podemos abordar aqui mais facilmente, ou uma opinião mais satisfatória, é a que se refere ao caráter histórico do livro. Podemos concluir que Jó realmente existiu, os fatos registrados são históricos, por causa das alusões feitas a Jó em outras partes das Escrituras. Ezequiel, por exemplo, falou dele nestes termos:
Ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor Jeová . — (Ez 14. 14) —

Como Noé e Daniel – os quais vemos aqui associados ao nome de Jó – realmente existiram, podemos concluir que Jó também existiu. Do mesmo modo escreveu Tiago em sua epístola: Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu1. — (Tg 5.11) — isto é, o termo que o Senhor pôs aos seus sofrimentos. Não cremos que Tiago citasse o nome de Jó se ele fosse uma pessoa fictícia.

O objetivo do livro não parece muito difícil de descobrir, apesar de ter dado origem a muitas discussões. Ele foi escrito para manifestar os justos caminhos de Deus para com o homem. É um livro tão extraordinário que tem despertado a admiração de muitos leitores em todos os tempos. É uma obra magnífica que faz referência à justiça e à bondade divinas para uma época de tantas maldades e injustiças no mundo quanto a nossa. O Livro de Jó divide-se em 42 capítulos, e contém cinco seções principais, a saber:
• Descrição das circunstâncias e provação de Jó (1.1-2.13). Esta seção é escrita em prosa.
• As controvérsias entre Jó e seus três amigos (3-37).
• Recapitulação da questão por Eliú, o amigo mais novo de Jó, que censura todos os contendores (32).
• Tremenda e sublime resposta do Senhor a Jó, saída de um redemoinho (38-41).
• Jó recupera a saúde, os amigos e os bens; sacrifica e intercede pelos amigos que o censuravam (42).
A conclusão (42.7-17) é escrita em prosa.

Neschling, Douglas. Guia fácil para entender a Bíblia. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2004, p. 169-171.

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